Ciro Nogueira desiste de tirar férias um dia depois de anúncio e após repercussão negativa

O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, desistiu de tirar férias para fazer campanha no Piauí durante a última semana anterior ao primeiro turno.

O recuo foi informado na manhã desta sexta-feira (23) pela assessoria do ministro, sob justificativa de “compromissos inadiáveis na próxima semana”.

“O ministro deverá ingressar com nova solicitação de férias depois das eleições. ‘Irei descansar após a reeleição do presidente Bolsonaro’, disse”.

Segundo relatos, a desistência do pedido de férias ocorreu devido à repercussão negativa quando foi anunciada, na noite de véspera.

Chefe da Casa Civil e um dos principais coordenadores da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), Ciro Nogueira se ausentaria de Brasília na reta final do primeiro turno. “Como eu tenho direito a férias, vou tirar aqui quatro ou cinco dias de férias na próxima semana para me dedicar à eleição do presidente no meu Piauí”, disse na noite de quinta-feira, em entrevista à CNN.

Pesquisa do Datafolha divulgada na quinta-feira mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ampliou sua vantagem para 14 pontos, aumentando as chances de a disputa encerrar no primeiro turno. Lula tem 47% das intenções de voto, contra 33% de Bolsonaro.

De acordo com aliados, o movimento de tirar férias era uma tentativa de eleger seu aliado Silvio Mendes (União Brasil) ao governo do Piauí.

Líder nas pesquisas de intenções de voto, Mendes é a principal aposta do grupo político de Nogueira para derrotar o petismo, que é muito forte no estado.

O ministro ajudou seu aliado a conquistar apoio de diversos prefeitos do estado e é um dos principais articuladores de Mendes.

Segundo aliados de Nogueira, a avaliação é de que uma eventual vitória do candidato de Nogueira em um estado governado pelo PT pode ajudar, inclusive, Bolsonaro no Piauí. Caso contrário, se houver segundo turno na eleição governamental e presidencial, vitória de Mendes poderia estar ameaçada.

O grupo político do chefe da Casa Civil acredita que, pela força do PT no estado, Lula tentaria garantir a vitória do sucessor do governador Wellington Dias (PT), Rafael Fonteles. De acordo com o último Ipec no estado, divulgado em 12 de setembro, Mendes lidera com 43% de intenções de voto, seguido por Fonteles, com 29%.

Fonte: folha.uol.com.br

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